google-site-verification=ldFPMJs5-yw4C3ux8Xv8ENWEiUVKr0YQXFz1pwdIcXE A gestao de animaná e HxN sobre técnicas ancestrais e fibras naturais aoredor do mundo: La Chuspa
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A gestao de animaná e HxN sobre técnicas ancestrais e fibras naturais aoredor do mundo: La Chuspa

A tecelagem é mais do que uma atividade comercial - é a compreensão de mundo das comunidades andinas. Através do tecido é revelada sua herança cultural, mostrando sua compreensão da natureza, espiritualidade, usos, costumes e rituais. Na Hecho por Nosotros temos consciência da sabedoria e dos segredos que vêm desde o passado, por isso trabalhamos para levar essa realidade e cultura ao mercado internacional de moda ética. É por essa razão que, desde o início, um dos nossos principais objetivos foi nos tornarmos guardiões dos tecidos e técnicas da cultura andina.


Consideramos que o legado têxtil faz parte do patrimônio cultural pertencente não só a essas comunidades, mas à América Latina e à humanidade como um todo. Na Hecho por Nosotros temos o compromisso de divulgar e promover a conservação dos tecidos e a recuperação do patrimônio histórico, das técnicas e das tintas naturais utilizadas pelos ancestrais - entre eles, a chuspa.


Chuspa é uma bolsa cerimonial confeccionada com fibra de camelídeo, que costumava ser utilizada pela cultura Nasca-Huari como ornamento para festas essenciais, principalmente funerais (Diccionario de Bienes Culturales, 2021). Ao contrário de outras malas ou recipientes têxteis como sacos, telegas e wayuñas, a chuspa sempre foi utilizada para transportar folhas, já que a sua utilização pelos Nasca-Huari, ao contrário dos Inkuñas, estava principalmente ligada a indivíduos do sexo masculino (María Jesús Jiménez Díaz, 2003). Nos tempos incas e coloniais, possivelmente pertencia a membros da elite, como oficiais de alta patente (fig. 1) e da realeza (Horta Trocallotis & Agüero, 1999; Hughes, 2017).


Fig. 1. Juan Tingo con chuspa. Folio recto. Prado-Tello Dossier c. 1560-1640. Det Kongelige bibliotek, Köbenhavn [Copenhagen]


Quanto ao design, trata-se de uma bolsa policromada de formato retangular, plano, com um cordão trançado próximo à borda superior que funciona como alça para atar a vestimenta ao corpo, atravessando-o (Romero Guevara, 2005). É caracterizada pela combinação de fios coloridos entrelaçados, feitos através um painel de tear com fios de fibra de camelídeo de cor vermelha, amarela e azul na técnica sprang (onde os fios trançados são esticados entre dois palitos, fixados na parte superior e inferior) e na técnica z2s (dois fios trançados em forma de “z” e depois torcidos juntos em forma de “s”) (Ma. Jesús Jiménez Díaz, 2000). A superfície têxtil é embelezada com padronagens de ondas geométricas, elementos zoomórficos e listras verticais de diferentes espessuras; em algumas peças, pendentes são aplicados no fundo da bolsa, atingindo uma enorme complexidade técnica e estética (Paulinyi Horta, 2018).



Estudos em tecidos arqueológicos mostram uma evolução no uso da bolsa chuspa, encontrada como enxoval funerário em Arica (Paulinyi Horta, 2018), como um símbolo de autoridade no Cusco Imperial (Hughes, 2017) e ainda como uma maneira de membros do grupo Q’ero comunicarem sua história e cosmovisão nas festividades e celebrações regionais. Da mesma forma, o mecanismo tecnológico usado para criar tecidos se diversificou ao longo do tempo. Desde os tempos pré-hispânicos, existiam três tipos de teares andinos: tear de cintura, tear horizontal e tear vertical; depois da chegada dos espanhóis foi adotado um tear operado a pedal, e todos os tipos são utilizados até hoje

(María Jesús Jiménez Díaz, 2003). Sem dúvida, a história, a beleza e a complexidade da técnica de produção da chuspa fazem desta peça uma parte da tradição milenar, com características únicas, que marca o nosso patrimônio.



Referências e onde aprender mais


Horta Trocallotis, H., & Agüero, C. (1999). Definición de chuspa: Textil de uso ritual durante el periodo intermedio tardío, en la zona arqueológica de Arica. In Actas de l XIV Congreso Nacional de Arqueología Chilena. contriución arqueológica N.5. (pp. 45–82).

Hughes, L. F. (2017). Weaving Imperial Ideas : Iconography and Ideology of the Inca Coca Bag. Textile, 9756(April), 148–178.

Jiménez Díaz, Ma. Jesús. (2000). Los tejidos prehispánicos del Museo de América y la reconstrucción del pasado Andinoi. Anales Del Museo de América, 8, 225–271.

Jiménez Díaz, María Jesús. (2003). El tejido andino: tecnología y diseño de una tradición milenaria. Textil e Indumentaria [Recurso Electrónico: Materias, Técnicas Yevolución, Facultad de Geografía e Historia Dela U.C.M., 186–204. Retrieved from https://www.ge-iic.com/files/Publicaciones/el_tejido_andino.pdf

Paulinyi Horta, M. (2018). Definiendo el estilo Altiplánico de bolsas chuspas a través de los ejemplares del cementerio prehispánico de Azapa 15, Arica, Chile. Boletín Del Museo Chileno de Arte Precolombino, 23(1), 29–49.

Romero Guevara, Á. L. (2005). Tejiendo mensajes: Una lectura de los textiles arqueológicos de Arica. Revista Werken, 7, 111–131.

Tesauros del Patrimonio Cultural de España (2021). Chuspa. Diccionario de Bienes Culturales. Recuperado el 02/01/2021 dehttp://tesauros.mecd.es/tesauros/bienesculturales/1190753.html

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